Era uma vez, os ninhos

O Outro Lado

o menino estranho do ônibus tinha olho de humano, quase para além dos deuses
queria defender a pátria – na camiseta a frase em outro idioma que não conseguiu traduzir – falava dos coletivos que aprendeu na escola e achava estranho ninhada não ser coletivo de ninhos – tão inocente o menino – percebeu a praça vazia de árvore

cortaram os galhos de onde pendiam os ninhos dos guachos
ficou o pássaro órfão de ninho, com os galhos no bico a procurar galho seguro – contou
reescrevi o poema enquanto na árvore nua a asa vazia de ninho

fizemos uma petição em favor das sementes que virariam árvores e as asas ganhariam ninhos para gerações futuras conhecerem o poder do voo
o menino estranho do ônibus ganhou voo quando desceu no mesmo ponto que eu
tinha olhos de deuses – quase humano – o menino que sonhava recuperar ninhos

Mariana…

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